O Parlamento decidiu cancelar os plenários agendados para esta quarta e quinta-feira, por respeito ao luto nacional decretado pela morte de Francisco Pinto Balsemão. O pedido foi apresentado pelo PSD e aprovado por todos os partidos com assento parlamentar, segundo fonte do Ministério dos Assuntos Parlamentares. Ao início desta tarde, o gabinete do primeiro-ministro enviou uma nota às redacções a informar que “Luís Montenegro cancelou toda a agenda até ao final das cerimónias fúnebres de Francisco Pinto Balsemão”. Porém, não é claro se isso significa que o primeiro-ministro não irá a Bruxelas para participar nos trabalhos do Conselho Europeu. De acordo com informações recolhidas pelo PÚBLICO, a decisão só deverá ser fechada esta noite.
Para esta quarta-feira, o Parlamento tinha agendado o debate preparatório do Conselho Europeu, sendo que chegou a estar em cima da mesa a realização do debate sem Luís Montenegro, que seria substituído pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos. Porém, pouco depois, os plenários acabaram mesmo por ser cancelados.
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Luís Montenegro também já cancelou o jantar informal com o Presidente do Egipto, por ocasião da Cimeira UE-Egipto, que se realizava esta noite em Bruxelas.
Quanto à presença do primeiro-ministro no Conselho Europeu desta quinta e sexta-feira, em Bruxelas, ainda não há uma decisão final.
Ao que o PÚBLICO apurou, Luís Montenegro ainda está a avaliar se participa na reunião de líderes europeus tendo em conta que a missa fúnebre de Pinto Balsemão se realiza quinta-feira, às 13h, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. A reunião do Conselho Europeu só pode ser feita presencialmente, pelo que Montenegro não poderá participar à distância. E também não é possível a substituição de um chefe de Estado ou líder de Governo, o qual pode apenas delegar a sua representação num líder de um outro Estado-membro com assento neste fórum.
Balsemão foi fundador, em 1973, do semanário o Expresso, ainda durante a ditadura, da SIC, primeira televisão privada em Portugal, em 1992, e do grupo de comunicação social Impresa. Depois da Revolução de Abril, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Magalhães Mota, o Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social Democrata (PSD). Foi primeiro-ministro depois da morte de Sá Carneiro, entre 1981 e 1983, e foi até à sua morte membro do Conselho de Estado. Tinha 88 anos.