
Às portas de um dérbi escaldante que pode decidir o campeão nacional, Álvaro Magalhães, figura lendária do Benfica como jogador e antigo adjunto de Giovanni Trapattoni, partilhou com a agência Lusa os segredos que tornam o Estádio da Luz uma verdadeira arma secreta para os encarnados.
“Só quem já esteve lá dentro sente o que é. Sessenta mil vozes num só grito fazem daquele estádio um inferno de apoio. Os jogadores crescem com isso”, afirmou Álvaro, referindo-se ao impacto do apoio das bancadas no desempenho da equipa.
O antigo lateral, que esteve no banco na célebre temporada de 2004/05 em que o Benfica conquistou o campeonato, recordou um momento decisivo: o golo de Luisão ao minuto 83 frente ao Sporting. “Aquele dérbi valia o título. E os jogadores sabiam disso. Não foram precisos discursos, só foco e garra.”
Álvaro Magalhães não tem dúvidas de que o ambiente criado na Luz será determinante no confronto deste sábado. Com as duas equipas empatadas na liderança da I Liga com 78 pontos, o dérbi lisboeta será muito mais do que um simples clássico — será uma final antecipada.
Sobre o adversário, Magalhães alerta para o perigo de Viktor Gyökeres, que soma já 38 golos esta época: “É preciso uma marcação cerrada. Mas o Sporting não é só Gyökeres. Se o Benfica relaxar, pode pagar caro.”
Revelando a receita que levou ao título há 19 anos, defende uma preparação emocional serena: “Jogadores deste nível não precisam de sermões, precisam de tranquilidade para mostrarem o que valem. A pressão é natural. Quem veste esta camisola já nasce com isso.”
Para Álvaro, a força vinda das bancadas poderá ser o fator decisivo neste jogo que promete entrar para a história: “Na Luz, temos um 12.º jogador que não existe em mais lado nenhum no país. Se a equipa souber canalizar essa energia, pode fazer a diferença.”